O moço assentiu para a dama, enquanto Angélica secava uma lágrima. Pensou no pai violento e se encostou à parede esperando as horas passarem. Como as flores, ela murchava.
Despertou na madrugada com a dor, o homem de olhos vermelhos a atacava, porém não lutou. Sorveu com avidez algo quente derramado em seus lábios e o corpo entrou em frenesi. Desmaiando, ouviu “este presente é seu,mon chéri”
Acordou com a fome e feito bicho, saltou. Numa sala ricamente decorada, o rapaz olhava para ela. Sobre um pequeno divã, a ruiva desmaiada, o pescoço ferido deixava o sangue escorrer pela pele branca, o sapato prata largado no chão. Ele disse apenas ”Beba, minha querida!” E Angélica não pensou duas vezes, cravando os dentes no vermelho quente, sugando até sentir vertigem. O homem se aproximou e, de uma vez, cortou a cabeça da dama. “Nunca se esqueça de terminar o serviço. Essa raça prolifera... não merece nosso dom”.
Ele sorriu, mostrando os dentes afiados, Angélica sorriu de volta. Um traço cruel no rosto angelical. Sempre fora uma criatura da noite e enfim, encontrara seu lar.
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